quarta-feira, 8 de outubro de 2025

VERGONHA NO LITORAL! Mais de 2.000 praias no Brasil, e apenas 50 recebem o selo? O Turismo Sustentável no país é uma Piada?

É motivo de grande celebração o fato de o Brasil ter alcançado o recorde de 50 praias certificadas com o prestigiado selo Bandeira Azul, conforme noticiado pela Revista Fórum (https://revistaforum.com.br/brasil/2025/10/5/bandeira-azul-quais-so-as-50-praias-brasileiras-premiadas-com-selo-internacional-de-meio-ambiente-189137.html).

Este reconhecimento internacional atesta o esforço de excelência em gestão, segurança e educação ambiental em 50 pontos da nossa costa. Contudo, o entusiasmo inicial rapidamente cede lugar à preocupação quando olhamos o cenário em sua totalidade: o Brasil é um gigante com mais de 2.095 praias – 40 somente em Pernambuco. A dura realidade é que esse número recorde de praias certificadas representa uma cifra irrisória, de menos de 3% do nosso litoral.

Essa disparidade gigantesca expõe o fracasso crônico em transformar a vasta riqueza natural em sustentabilidade efetiva, deixando municípios como o Cabo de Santo Agostinho, com suas nove praias e duas ilhas, muito aquém do potencial e da responsabilidade que a preservação exige.

Brasil à Deriva: A Triste Realidade Ambiental das Praias

O Brasil ostenta o título de um gigante litorâneo, abrigando mais de 2.095 praias ao longo de sua costa. Pernambuco, por sua vez, contribui com um número significativo, superando as 40 praias no continente e em Fernando de Noronha. No entanto, o brilho dessa vastidão natural se apaga ao olharmos para um selo de qualidade ambiental: a Bandeira Azul.

A recente premiação internacional certificou apenas 50 praias brasileiras com este rigoroso selo, que exige o cumprimento de 38 critérios de excelência em gestão ambiental, qualidade da água, segurança e educação.

A comparação é dura: apenas cerca de 2,3% das praias do país são consideradas "modelo" em sustentabilidade. O que acontece com as demais 97,7%?

A Crise Silenciosa de Gestão e Preservação
Essa disparidade brutal expõe a fragilidade da política ambiental em nossos municípios litorâneos. A baixa adesão à Bandeira Azul não é apenas uma questão de burocracia, mas um reflexo direto da falta de investimento e compromisso nas áreas que o selo exige:

* Qualidade da Água e Saneamento: A certificação exige excelência na balneabilidade. A ausência do selo em milhares de praias sugere que o saneamento básico e o tratamento de efluentes urbanos continuam sendo um desafio crônico, comprometendo a saúde pública e os ecossistemas marinhos.

* Educação Ambiental e Segurança: Critérios como programas de educação ambiental e infraestrutura de segurança são frequentemente negligenciados. Sem programas contínuos, a conscientização da população e dos turistas sobre a conservação torna-se superficial.

* Gestão de Resíduos e Biodiversidade: O descarte inadequado de lixo, a ausência de planos de gestão de resíduos sólidos e a falta de proteção efetiva das áreas de restinga e manguezais mostram que a preservação da biodiversidade não é uma prioridade administrativa.

Cabo de Santo Agostinho: Um Litoral Aquém do Potencial

No contexto pernambucano, o município do Cabo de Santo Agostinho é um exemplo claro dessa estagnação. Com cerca de 9 praias e 2 ilhas em seu território, o município possui um litoral de beleza ímpar, incluindo a histórica Vila de Nazaré e a ecologicamente sensível Praia de Calhetas.

Apesar desse potencial turístico e ambiental, nenhuma das praias do Cabo de Santo Agostinho consta na lista de certificadas pela Bandeira Azul.

Essa ausência é um sinal de alerta para as autoridades locais. Um litoral tão rico, mas sem o reconhecimento internacional de qualidade, está perdendo oportunidades de atrair um turismo mais consciente e de agregar valor às suas comunidades. O desafio para a gestão municipal do Cabo de Santo Agostinho – e para a grande maioria dos municípios costeiros brasileiros – é transformar o vasto patrimônio natural em um verdadeiro modelo de sustentabilidade e excelência ambiental.

É imperativo que a quantidade de praias deslumbrantes no Brasil comece a se traduzir em qualidade de gestão e preservação. Do contrário, o que hoje é um cartão-postal pode se tornar, em breve, um reflexo da nossa irresponsabilidade ambiental.

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